sexta-feira, 11 de novembro de 2016

“Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender ”.                                                                                                         
Paulo Freire
                          
Como educadoras, entendemos que educar não significa simplesmente estar em uma sala de aula, transferindo conhecimentos e, sim, dialogar com os alunos, criando situações para que estes desenvolvam valores éticos e morais de forma consciente com um olhar crítico, refletindo e opinando sobre a sua visão de mundo. A prática educativa vai além de transferir conhecimentos. O (a) educador (a) que pensa certo deixa transparecer aos educandos de que uma das belezas de estar no mundo é a capacidade de intervir nele, conhecendo-o. Paulo Freire (1996, p. 29) assegura que

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino [...] Pensar certo, do ponto de vista do professor, tanto implicao respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito e o estímulo à capacidade criadora do educando [...].
Miguel Arroyo (2000), em seu livro Ofício de Mestre, enfatiza sobre essa questão de ser professor, mostra essa profissão como uma diferente das demais, especial e fala da personalidade do professor, mostrando que é “um modo de ser”, no qual acaba relacionando a vida pessoal com a vida profissional, unindo-as a uma só, e entrelaçando as “angústias e sonhos” de ambas.  Arroyo se refere a essas duas partes da vida como sendo inseparáveis, dizendo que “não damos conta de separar esses tempos porque ser professoras e professores faz parte de nossa vida pessoal” (ARROYO, 2000, p. 27). Assim, podemos perceber que o verdadeiro profissional educador tem algo em especial para diferenciá-lo das demais profissões; ele é a peça fundamental para instrução de pessoas que buscam um futuro digno e melhor. 
Sabemos que é necessário pesquisar para conhecer o que para mim é desconhecido e anunciar ou comunicar a novidade aos educandos. Pensar certo coloca os professores juntamente com a escola no dever de respeitar os saberes dos educandos, independente de classe social. O (a) educador (a) precisa estabelecer uma relação de familiaridade entre os saberes curriculares e a experiência social que os alunos têm como indivíduos.
Sendo assim, sugerimos dois filmes que refletem sobre a prática docente juntamente com seus desafios em sala de aula para um aprimoramento de suas práticas pedagógicas. O primeiro filme, “Como Estrelas na Terra- Toda Criança é Especial”, aborda sobre o tema dislexia. Apresenta a história de um aluno que tem dificuldade de aprendizagem, e os pais e alguns professores não percebem como essa situação pode afetar a relação desse aluno na família e na sala de aula. Percebemos, neste filme, que o ambiente que deve servir de aprendizados e interações, transformou-se em um espaço estranho, que foge aos padrões socioeducativos, fazendo com que a autoestima da criança seja abalada, constrangida, chegando a sofrer maus tratos. Contudo, esse quadro inverte-se com a chegada de um novo professor que identifica, acompanha, reconhece o problema, passando a dialogar com a família e a escola, a fim de encontrar a maneira apropriada para conduzir o aluno de forma igualitária aos demais colegas de classe. Logo, como profissionais da educação, precisamos estar atentos aos comportamentos dos alunos, para, assim, identificarmos suas necessidades e ajudá-los de forma conjunta. 
Já o segundo “Front of the Class”, a princípio narra a história de um aluno que sofre de uma síndrome de Tourette, caracterizada por movimentos repentinos, reações rápidas, tiques, entre outros. Nesse filme, o aluno sofre preconceito por não controlar esses movimentos repentinos em sala de aula que, para alguns professores (as), diretores (as) e até o próprio pai, eram vistos como “barulhos estranhos” que traziam desconforto para os demais colegas e todos que estivessem ao seu redor. Com o passar do tempo, esse aluno fica adulto e, em meio aos preconceitos sofridos na infância, ele não desiste de ser um educador, embora tenha passado por muitas dificuldades. Com sua persistência, ele consegue formar-se, porém, enfrentaria novos desafios como o preconceito por parte de alguns educadores (as), diretores (as) e pais de alunos. Todavia, ele consegue mostrar o seu potencial conquistando não só os colegas de trabalho, como os seus alunos também. 
Percebemos, assim, que, enquanto educadores, devemos refletir sobre as nossas limitações, para que estas não nos impeçam de alcançar os nossos objetivos em nossas práticas pedagógicas e, sim, que nos dediquemos a ensinarmos os alunos, contribuindo para o seu aprendizado e sua formação.
         Dessa forma, os filmes citados são ótimos para serem trabalhamos, pois ambos passam uma mensagem de aprendizado e de respeito às diferenças dos sujeitos, contribuindo para a convivência social. Assim, eles são interessantes ao retratarem as realidades distintas de pessoas que sofrem por alguma diferença e precisam do apoio de quem os rodeia. Assim, esses filmes contribuem tanto para que o aluno quanto o professor consigam refletir sobre a escola, a sala de aula e suas contingências, a partir das características de cada indivíduo. Essas histórias tornam-se importantes no espaço escolar para que os sujeitos que participam da prática educativa possam aprender cada vez mais a importância da palavra RESPEITO.

Catiane Oliveira e Thiara Almeida

REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel Gonzalez. Ofício de Mestre: imagens e auto-imagens. 2ª ed. Petrópolis, RJ, 2000.

FREIRE, Paulo- Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. – São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura).




ESCREVER COM O CORAÇÃO E DEPOIS COM A RAZÃO

Um bom filme para estimular a produção textual


O texto é muito importante para o sujeito que vive em sociedade. Por isso, é trivial que os professores trabalhem a produção textual em sala de aula. Porém, percebe-se que os alunos possuem muitas dificuldades em produzir textos. Além disso, quando o professor passa alguma produção textual, a maioria dos alunos reclamam por não quererem escrever textos.
É pensando nisso que o docente precisa fazer com que os estudantes reflitam sobre a importância de escrever e mostrar aos alunos que eles não precisam “ter medo” de não conseguirem produzir textos, afinal, a escola é lugar de aprendizagem e todos estão ali em busca de conhecimento.
Dentro desse contexto, é sugerido ao professor que exiba para seus alunos (e discuta com ele) o filme “Encontrando Forrester”, que conta a história de Jamal Wallace (Robert Brown), um jovem adolescente que ganha uma bolsa de estudos em uma escola de elite de Manhattan, devido ao seu desempenho nos testes de seu antigo colégio no Bronx e também por jogar muito bem basquete. Após uma aposta com seus amigos, ele conhece William Forrester (Sean Connery), um talentoso e recluso escritor, com quem desenvolve uma profunda amizade. Percebendo talento para a escrita em Jamal, Forrester procura incentivá-lo para seguir este caminho, mas termina recebendo de Jamal algumas boas lições de vida.
Com esse filme, o docente pode mostrar ao alunado que a escola é um ambiente cheio de possibilidades de aprendizagem e que, se o indivíduo tiver força de vontade, poderá alçar altos voos. O educador pode dar como exemplo o próprio personagem do filme, o Jamal, pois ele lê com frequência e produz textos mesmo quando o professor não pede. Além disso, esse personagem é persistente em relação aos estudos.
Personagem Jamal

Outro aspecto relevante é que, dentro do próprio filme, outros assuntos são discutidos, como: diferenças étnicas e sociais, preconceito, valorização do estudo. Dessa forma, o professor também pode discutir essas questões em sala de aula e até pedir que se produza um artigo de opinião, por exemplo, a fim de perceber o senso crítico de seus alunos.
Logo, esse filme permite que os estudantes reflitam sobre a importância da escrita para a vida deles, enquanto sujeitos que vivem em sociedade. Reflitam também sobre a troca de experiências entre professor e aluno, afinal, ambos crescem juntos quando o trabalho é feito de forma prazerosa, além de discutir sobre temas importantes para a vida em sociedade.

  


Janaina e Maria Freitas

Referências

Estágio Supervisionado

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.
Paulo Freire

Durante o período de regência (estágio) com nossos alunos, a cada encontro tínhamos novos desafios a serem solucionados. Hoje, é muito comum nos deparamos com turmas em que as salas estão sempre cheias e, em meio à agitação por parte de alguns alunos, os professores precisam construir bons relacionamentos com estes, mantendo o respeito, a socialização, o diálogo e, o mais importante na tarefa de um docente, transmitir conhecimentos, aprendendo juntamente com os alunos. Cabe ao professor (ª) preocupar-se com a realização de projetos ou intervenções diferenciados para aprimorar os conhecimentos dos alunos, cativando-os, para que estes se sintam motivados a estudarem por prazer e não por obrigação.
Antoni Zabala (1998) fala sobre a complexidade em lidar com a prática educativa: “[...] a prática é algo fluido, fugidio, difícil de lidar com coordenadas simples e, além do mais, complexa, já que nela se expressam múltiplos fatores, ideias, valores” (ZABALA, 1998, p. 16). Dessa forma, ao se pensar em ser um mestre do conhecimento, o sujeito deve se conscientizar de como será sua realidade e as dificuldades encontradas no dia-a-dia da sala de aula.
Assim, Marilda da Silva (2009, p. 25) destaca a importância de o profissional começar sua prática em sala de aula, pois é lá que ele irá se encontrar ou desencontrar na profissão.

[...] não é por acaso que professores iniciantes atribuem novos significados a sua formação teórico-acadêmica ao estarem em contato com a sala de aula real em pleno exercício do ofício, atuando como professor. É lá que deparam com situações conflituosas, inesperadas, cotidianas. É nessa experiência de experiências de ensino que o aluno-mestre irá validar, negar, desenvolver e consolidar os saberes teóricos, transformando-os em experienciais a partir de sua prática e de sua experiência individual e coletiva no ambiente escolar como um todo.

Como imaginávamos, somente ao observar a realidade da turma em que trabalhamos, pudemos perceber que seria uma tarefa muito difícil, pois ao estar diante de uma turma grande, alunos agitados e, muitas vezes, sem cumprir as tarefas escolares nos desanimou. Ao presenciar essa realidade, mas dessa vez como professoras-estagiárias, encontramos diversas dificuldades, e elas atrapalharam o nosso trabalho, pois é interessante que haja interação, compromisso e respeito entre os sujeitos da prática educativa.
E, diante dos conflitos que surgem em uma turma, o professor (ª) precisa pensar de forma crítica e estar disponível a se arriscar ao novo, não se conformando com o comodismo ou a mesmice que tem, de certa forma, atingido muitos profissionais na área da educação. Todo educador (ª) precisa refletir e repensar a sua prática docente, porque, só assim, propiciará aos educandos troca de conhecimentos entre ambos, pois alunos e professores vivem constantemente um processo de mediação.
Enquanto professoras, precisamos ter clareza e segurança em nossa prática docente, pois essa atitude fará com que nos tornemos mais seguros em nosso desempenho profissional e pessoal. E, por falar em desempenho profissional e pessoal, é de grande importância os professores reservarem um período para dialogarem entre si, sobre as dificuldades ou progressos durante as atividades executadas por seus alunos em sala de aula, pois surgirão muitas dúvidas, questionamentos e propostas que facilitarão e auxiliarão estes profissionais da educação a desenvolverem suas práticas pedagógicas de forma crítica e consciente, contribuindo para um melhor aprendizado dos seus alunos. 
Foi importante refletir sobre nossa prática docente como um momento de desenvolvimento profissional, pois são momentos vividos entre professor e aluno, em que ambos relatam suas experiências, aprendizados, curiosidades e dúvidas que contribuirão para o nosso fazer pedagógico diário. Dessa maneira, foi evidente que, enquanto educadoras em formação, devemos saber lidar com as diferenças, os problemas em sala de aula e sermos sábias para lidar com os diversos desafios encontrados na carreira docente, pois acreditamos que a educação escolar tem como uma de suas finalidades levar o sujeito a perceber sua importância na sociedade como um sujeito linguístico-comunicativo.

Catiane Oliveira e Thiara Almeida

REFERÊNCIAS

SILVA, Marilda. Complexidade da formação de professores: saberes teóricos e saberes práticos. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 114 p. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em 31 de maio às 15:45.

ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: Como ensinar. ARTMED, Porto Alegre, 1998.


Experiências Vivenciadas

"Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda."  Paulo Freire

As experiências vivenciadas no componente Estágio Supervisionado são de suma importância na vida dos estudantes de licenciaturas. Através delas, passamos a reconhecer a realidade escolar, interligando teorias à prática. É a oportunidade que temos de tecer comparações e fazer reflexões com base nos conhecimentos adquiridos ao longo do curso, compreendendo melhor o papel do professor e estabelecendo nossa identidade enquanto futuros educadores.
Os principais dilemas encontrados em nossa experiência se dão através do primeiro contato com a escola. Conhecemos a estrutura que, na maioria das vezes, não atende à demanda dos alunos, a sala não comporta a quantidade dos mesmos, além de não possuir ventilação. Encontramos também problemas com equipamentos eletrônicos, quase nunca estavam disponíveis para o uso, pois a quantidade que a escola possuía era insuficiente.
Tecemos um diagnóstico prévio com a turma já no período de observação e de coparticipação. Os alunos apresentavam dificuldade de concentração e desinteresse na disciplina. Com isso, vimos que era necessário propor atividades para melhorar esses aspectos.  Desenvolvemos nossas sequências didáticas utilizando atividades lúdicas, tais como jogos com palavras, atividades em grupos, leitura, interpretação e produção através de dinâmicas, pois percebemos que essas atividades atraíam os alunos. Desse modo, pudemos desenvolver múltiplas habilidades de forma eficaz.
 A produção dessas atividades exigiam de nós bastante tempo de dedicação e enorme dificuldade de organização da turma, mas, gradativamente, conquistamos nosso espaço e alcançamos resultados satisfatórios. Entendemos que ser professor é também compreender cada aluno em suas concepções e trabalhar a partir delas, através de diálogos, conscientizando-os de que o processo de aprendizagem não pode se dar apenas através de memorização, mas sim através da “reestruturação ao seu sistema de compreensão do mundo”.
Conseguimos criar um ambiente motivador, voltado para uma aprendizagem mais significativa, através de um olhar reflexivo sobre o cotidiano da escola. Assumimos uma postura de não desistir de trazer inovação e colocar em prática nossas atividades de forma lúdica, de conquistar os alunos e de despertar o amor em aprender.       
Apesar de toda a dificuldade que enfrentamos, conseguimos alcançar nosso objetivo, insistimos, adaptamos, vencemos um leão a cada dia e saímos com o sabor da vitória. Ao avaliar nosso período de vivências múltiplas, os alunos puderam expor como se sentiram e dizer do que o coração deles estava cheio e o resultado para nós foi de muita emoção.



Anne Moreira e Cleber Gordiano






terça-feira, 1 de novembro de 2016

Reflexão sobre o Estágio Supervisionado

Janaína e Maria Freitas

O Estágio Supervisionado é um componente curricular obrigatório nos cursos de licenciatura. Tal disciplina permite que o estudante desenvolva as teorias que aprendeu na sala de aula, aplicando-as, de fato, nas escolas. No entanto, esse componente permite também que o aluno reflita sobre sua prática e conhecimentos disciplinares.
Nesse sentido, o estágio possibilita mostrar ao estudante o que ele encontrará na sala de aula no futuro, aprendendo a lidar com os desafios e prazeres que a licenciatura proporciona.
Logo, o futuro docente precisa ter consciência que ele encontrará, às vezes, um espaço escolar e sala de aula um pouco precários e nem sempre ele terá disponíveis os materiais didáticos e recursos educacionais em suas aulas aula, como: datashow, som, livro didático para todos os alunos, bom acervo na biblioteca, entre outros.
No entanto, esse mesmo professor precisa entender que é justamente nesse momento que é necessário fazer a diferença, ou seja, dar uma boa aula, de maneira que os alunos sintam prazer em estudar, a partir daquilo que ele tem. Dessa forma, Pimenta (2004) afirma que "o estágio é o eixo central na formação de professores, pois é através dele que o profissional conhece os aspectos indispensáveis para a formação da construção da identidade e dos saberes do dia-a-dia".
Diante dessas considerações, nossa experiência com a prática do Estágio na escola nos deixou um pouco apreensivas, inicialmente, pois a sala de aula continha 30 alunos, todos adolescentes, e sabe-se que, nessa idade, principalmente, é necessário que o professor ministre aulas interessantes e que prendam a atenção dos alunos. No entanto, com o passar dos dias, nós conseguimos entender as necessidades dos estudantes e lecionar aulas mais ricas para eles, tanto em conteúdo quanto em dinamismo.
Por isso, o Estágio Supervisionado permite que o futuro professor aprenda as “artimanhas” do ato de ensinar. Além disso, é primordial que o estudante desse componente tenha consciência de que ele será um formador de opinião, mediador entre o conhecimento cotidiano e o escolar, e ajudará na formação escolar e cidadã dos alunos.
Portanto, o Estágio permite que o acadêmico pense sobre suas práticas na sala de aula, além de ser um importante passo para a formação do professor. Dessa forma, nesse momento, o estudante fará pontes entre teorias e práticas, buscando o que melhor se encaixa dentro do ambiente escolar ao fomentar a práxis educacional.

Referências
  
A Importância da Prática do Estágio Supervisionado nas Licenciaturas. Disponível em:  http://revistaunar.com.br/cientifica/documentos/vol7_n1_2013/3_a_importancia_da_pratica_estagio.pdf. Acessado em: 24/10/2016.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2004.